quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Símbolos (a)

Os comentários sobre o texto anterior sobre os símbolos foram interessantes e, de alguma forma, mostraram que ainda temos muito caminho a percorrer e muita coisa por reflectir no país. Assim, na senda do debate sobre os símbolos um amigo chamou-me atenção sobre um facto: talvez o Grabiel Júnior e os demais que se embandeiram em “jingoísmos” baratos não sejam os piores ofensores.
Se repararem nas imagens da Assembleia da República, principalmente as que oferecem um plano geral das sessões, não hão-de deixar de não notar que mesmo no centro existe um tapetão com o escudo/brazão de Moçambique – o escudo, à semelhança da bandeira e o hino nacional são os símbolos nacionais. Há muito tempo que não vou à presidência, por isso não posso dizer se lá também há tapetões estampados com o escudo.
Bem, acho que não constituiria problema algum para mim se as coisas terminassem apenas aqui. O que me preocupa é que é justo sobre o escudo onde os operadores de câmera colocam os seus tripês e fazem as filmagens das sessões.
Se na Assembleia da República, onde as leis são legisladas, pisar o escudo não constitui preocupação para os legisladores, o que dizer dos apresentadores de programas? Se deve ser no parlamento onde (?) o sentido mais elevado de consciência nacional (após a presidência) deve residir, o que dizer dos fabricantes de chinelos?
Moçambique precisa mesmo de uma política de colocação e uso dos seus símbolos, sob risco de se tornarem irrelevantes.

2 comentários:

  1. Bayano, eu chego atrasado a este interessante debate sobre simbolos nacionais.
    Cá para mim, a ideia com que ficava era a de que, o uso em bonês, camisetes e até em carros é uma forma de se popularizar os simbolos e vaze-los conhecidos por todos e em todos cantos. Contudo, concordo na necessidade de se regrar o seu uso como forma de limitar o seu emprego em situações pouco sãs para o seu valor (por exemplo em tapetes que colocamos em nossas casas e na possibilidade de se usar o hino nacional para toques em nossos telemoveis).

    Em relação a falta de regulação e duma entidade que preste um pouco mais de atenção aos nossos simbolo, me recordo dos chatos momentos em que quando os nossos Mambas vão jogar fora do país são brindados com o hino já revogado (Viva, Viva a Frelimo...)

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  2. caro jorge,
    não estás atrasado. veja que correr não é chegar. pode ser que até os últimos tragam uma nova perspectiva.
    ahhh... o hino nacional para os toques dos nossos celulares... cresci com a ideia de que quando se ouve o hino é para se ficar em sentido. sendo que, quando ouvimos o som da pátria amada ficamos em sentido ou atendemos?

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